- Os Khajiices desapareceram – disse Aagon quando o sol começou a nascer na fria manhã, clareando a floresta ao redor do grupo. – Os caçamos faz horas.
- Não importa a demora. Iremos encontrá-los, mesmo demorando anos – disse Drogo.
Ele tinha razão. Era um homem esperto, com pouco mais de quarenta anos. Já servia para a Guarda da Noite a vinte anos, e era considerado um veterano pelos outros soldados.
- Medrow disse ter avistado um grupo de Khajiices atravessando o Vale do Sangue – disse Broadwin se encontrando novamente com o grupo, montado em seu corcel negro.
- Foram pegos? – perguntou Drogo.
- Sim senhor. Ele e seu grupo os mataram.
A Floresta Negra, como aquela terra era chamada por guerreiros e viajantes, já não oferecia mais perigos. Drogo era o melhor guerreiro da Guarda da Noite, e sempre guiava seu grupo em missões. Trajava botas marrons de couro, calças marrons de lã, luvas negras de couro e uma cinzenta cota de malha, como os outros soldados do grupo. Aagon e Broadwin tinham a mesma idade, pouco menos de trinta anos. Ambos eram novatos, mas eram tão bons para manejar uma espada quanto alguns soldados.
- Podemos regressar – sugeriu Broadwin. – A floresta esta livre dos Khajiices.
- Não iremos regressar – disse Drogo. – Antes de partimos, Medrow nos pediu para irmos até seu acampamento.
- Por qual motivo? – perguntou Aagon, curioso.
- Disse ter encontrado algo valioso no porto, e quer nos mostrar.
- Ele sempre encontra o que não se deve encontrar – falou Aagon, sorrindo.
Cavalgaram em direção ao leste, até o acampamento de Medrow. Ele se encontrava num local plano, em frente ao Vale do Sangue. Cinco cabanas estavam montadas ao redor de uma fogueira, ainda acesa. Medrow e seus companheiros Lemon e Finn estavam sentados em volta dela, aquecendo suas mãos.
- Seu rosto me assusta todas as vezes que o vejo – falou Medrow olhando para Drogo, com seu velho sorriso aberto em seu rosto. – Mesmo assim consigo encontrar-lhe um pouco de curiosidade.
- Mostre-me o que encontrou – disse Drogo, fugindo do assunto.
- Seja como for.
Medrow se levantou e entrou em uma das cabanas, trazendo consigo um grande livro esverdeado e extravagante, com o símbolo de uma pirâmide na capa. Drogo e seu grupo desmontou de suas montarias e se sentaram ao redor da fogueira, junto ao outro grupo.
- Por que não nos mostrou isso? – perguntou Lemon. – Está com ele desde quando saímos de Dooncar.
- Aguardei por este momento para mostrar-lhes. Aliás, eu aguardei para mostrar a todos vocês. Este livro veio da Ilha Vermelha, e parece ser relacionado à magia – falou Medrow desfazendo seu sorriso ao ver o rosto assustado de Drogo.
- Leve imediatamente de volta para Dooncar – ordenou num tom extravagante, desfazendo seu rosto assustado. - Este livro tem poderes mágicos, e acho melhor ficarmos longe do assunto.
- Eu sabia! – exclamou Medrow, com seus olhos arregalados. – O Rei Barton vai abusar exageradamente da magia, e com certeza atacará as outras três terras.
- Mas essa é uma chance para a Terra Oeste se erguer novamente – disse Finn, sorrindo. – Está na hora de subir ao topo.
- É o inicio de uma nova era – falou Drogo, se levantando. – Terá muito sangue derramado por este livro. O levaremos para Dooncar imediatamente, e entregaremos particularmente para o rei.
Os seis cavaleiros montaram em suas montarias e partiram para Dooncar. Descuidosos, foram observados por cavaleiros da Terra Leste, que saiam de Dooncar. Com a informação sendo recebida por eles, uma breve disputa pelo livro estava prestes a acontecer.